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História

Dezembro de 1923....chega ao Rio de Janeiro o vapor Araguaya, da Mala Real Inglesa, trazendo uma importante missão econômica chefiada por Lord Montagu. Sua missão era auxiliar o Governo do Presidente Arthur Bernardes a consolidar a dívida brasileira com a Inglaterra, bem como reformular o nosso sistema tributário.

Viajando como assessor da Missão Montagu, encontramos o barão Lord Lovat, incumbido pelos acionistas da Sudan Plantations de estudar as possibilidades de investimentos de capitais no Brasil, de modo a obter algodão para suprir a florescente indústria têxtil da Inglaterra.

Gastão Mesquita Filho, jovem engenheiro que construía a estrada de ferro Ourinhos-Cambará, foi encarregado de acompanhá-lo em sua visita ao Norte do Paraná (Norte Velho, região de Cambará).

É ele quem descortina ao visitante a oportunidade de adquirir férteis glebas de terras que o Governo do Estado do Paraná oferecia à venda por preços muito baixos, decorrentes da inexistência de transportes na região. Mas argumenta também que a compra seguida do prolongamento da estrada de ferro que estavam construindo garantiria o escoamento dos produtos e a conseqüente valorização das terras.

De volta à Inglaterra, depois de se ter entusiasmado com as perspectivas para investimento de capitais existentes no Brasil, Lovat encontra-se com Arthur Thomas em Londres, instrui-o a respeito dos propósitos dos acionistas da Sudan Plantations de aplicar recursos no Brasil e convida-o para orientar o novo empreendimento.

Nascida como Companhia de Terras Norte do Paraná, adquiri 515.000 alqueires de terra fertilíssima e em junho de 1929 assume o controle acionário da Companhia Ferroviária São Paulo–Paraná, ponto de partida para o reconhecimento e repartição de todo o acervo de terras da empresa e sua integração à economia do Estado.

O Sr. Arthur Thomas pessoa de confiança de Lord Lovat, membro da missão financeira britânica, designado para o cargo de diretor-gerente, lançou o plano de colonização e realizou o levantamento topográfico das águas e dos espigões. Traçou as futuras estradas de modo que os lotes rurais ficassem com a frente na parte alta da estrada, onde era plantado o café e nos fundos, próximas ao ribeirão, seriam construídas as casas e demais instalações. Nesta fase inglesa é fundada Londrina cuja história é a da Companhia de Terras Norte do Paraná.

A empresa tornou-se brasileira

A Segunda Guerra Mundial obrigou a Inglaterra a reduzir suas imensas despesas. Entre a relação de empresas colocadas à venda, constava a Companhia de Terras Norte do Paraná.

Em dado momento, o Dr. Gastão de Souza Mesquita Filho procura seu amigo Gastão Vidigal, fundador do Banco Mercantil de São Paulo e um dos maiores financistas do país na época, em busca de conselho e apoio financeiro.

Em 1.943, o Governo Getúlio Vargas autorizou a negociação com a condição do grupo entregar ao poder público a estrada de ferro. Mesmo com prejuízo ao grupo, a totalidade das ações da empresa foi adquirida por Arthur Bernardes Filho, Irmão Soares Sampaio, Gastão de Souza Mesquita Filho e Gastão Vidigal que compuseram a sociedade que suportou vultuosa e dificílima negociação. Posteriormente, os dois fundadores, Vidigal e Mesquita, adquiriram o controle acionário dos demais.

Até 1.951, a Companhia de Terras manteve a política de colonização dos ingleses, isto é, obra de desbravamento e uso racional da terra.

Diante da dificuldade de negociar com o governo a compra de uma nova gleba de 100.000 alqueires, a Companhia decidiu diversificar suas atividades, incorporou uma empresa que se chamava Companhia Melhoramentos, a qual tinha cerâmica e serraria e se propunha a construir para facilitar as vendas e a vida dos recém chegados.

Quando a Companhia de Terras Norte do Paraná absorveu essa outra empresa, alterou o nome para Cia. Melhoramentos Norte do Paraná.

Os compradores particulares que desejassem instalar indústrias, escolas e hospitais gozariam de condições especiais na compra dos lotes urbanos. Os poderes públicos receberiam, gratuitamente, terrenos para construir edifícios da prefeitura, da delegacia, de escolas, do correio, das estações ferroviária e rodoviária.

A Cia. Melhoramentos Norte do Paraná, considerada a maior empresa colonizadora do País, é responsável pelo desbravamento e ocupação de uma área correspondente a 546.078 alqueires de terras ou cerca de 13.200 km2, área maior que a de muitos países. Fundou 63 cidades e patrimônios, vendeu mais de 50.000 lotes agrícolas, garantindo o acesso a estas propriedades com abertura de 5.000 quilômetros de estradas vicinais, mantidas e conservadas pela empresa, com tráfego intenso, até a transferência ao poder público. Isso permitiu que mais de 1.000.000 de pessoas se estabelecessem nas regiões norte e nordeste do Estado, contribuindo de forma significativa para seu desenvolvimento econômico.

No Paraná entre as cidades fundadas pela Companhia temos como destaque: Londrina, Arapongas, Apucarana, Maringá, Cianorte e Umuarama e ainda entre estas e outras, a cidade de Jussara, onde deu início a uma nova atividade.

A Cia. Melhoramentos atualmente tem como atividades principais a exploração agrícola e industrial da cana-de-açúcar, em especial a produção e comercialização de etanol, o comércio de imóveis urbanos e rurais e a participação em outras empresas.


Galeria Histórica

  • LORD LOVAT, organizador da CTNP
  • GASTÃO VIDIGAL, um dos fundadores da CMNP
  • GASTÃO DE MESQUITA FILHO, fundador e Diretor Superintendente da CMNP
  • Gastão Neto
  • Paulo Pereira
  • Acampamento de topógrafos da CTNP, em 1929
  • O pimeiro grupo de compradores chega a Londrina, em 1930
  • Familia de pioneiros vivendo em seu lote, em 1932
  • Primeiro hotel de Londrina, em 1930
  • Assim começavam os patrimônios abertos pela CTNP
  • Centro da cidade de LOndrina em 1934
  • Londrina em 1975
  • Umuarama em 1975